Conectados na internet, desconectados da vida



   Estamos vivendo a era do excesso de informação, da extrema conectividade, da exposição massiva... O que ha alguns anos ainda parecia ser uma realidade dos filmes de ficção cientifica, hoje tornou-se apenas o nosso cotidiano.
   Permanecemos conectados e disponíveis através do celular, tablet, msn, skype e afins. Expressamos o que pensamos em 140 caracteres ou num texto mais longo de algum blog, exibimos nossa vida em fotologs, sites de relacionamento e estamos sempre conectados com muitos amigos virtuais. E quem nunca se pegou olhando as fotos de um amigo e pensando com uma pontinha de inveja; "Nossa! A vida dele é tão legal!"
   Porém, apesar de todo esse frenesi, nunca fomos tão mentirosos e nunca estivemos tão sozinhos. Mentirosos por que em nossos perfis de redes sociais somos sempre pessoas muito felizes, temos os relacionamentos perfeitos, amigos presentes e até mesmo a beleza perfeita, somos populares e temos a vida que todo mundo inveja.
   As perguntas que ficam no ar são; para onde foram os problemas que todo mundo tem? E nos momentos de melancolia e introspecção, quantas daquelas "trocentas" pessoas da sua rede social estão realmente ao seu lado?
A resposta para tudo isso talvez venha de com uma breve meditação, mas confesso que nem mesmo eu a encontrei. Apesar de escrever essa crítica sobre esse fenômeno contraditório, nem mesmo eu consegui reunir forças suficiente para deletar meu perfil no Facebook. Num máximo de coragem, apaguei a maioria das minhas fotos (numa tentativa consciente de reduzir minha exposição pessoal) e diminuí drasticamente a minha frequência de acesso as redes sociais, mas ainda assim, sinto que esse frenesi virtual continua afetando particularmente a minha maneira de pensar. Quantas vezes não me surpreendi pensando "Poxa! Parece que todo mundo tem a vida que pediu a Deus, menos eu!" (E acreditem, não foram poucas vezes) ou então imaginando que devo ser o pior ser humano da face da terra, haja vista que todo mundo tem um monte de foto feliz, e eu aqui com a minha vidinha de merda; trabalho-casa-faculade-casa-faculdade-trabalho.
  Aaaah, pelo amor de Deus! Ta na hora de acordar! As pessoas que criaram as redes sociais foram tão espertas que conseguiram manipular nossa forma de pensar te tal maneira, que nos fazem acreditar que sempre que abrimos o navegador de internet, precisamos estar conectados a alguma rede. Grande sacada! Fazer as pessoas acreditarem que sem estar participando ativamente de alguma rede social elas são marginalizadas e indigentes.
  Mas as redes sociais não são ruins de tudo. Elas servem ao propósito de aproximar os que não estão tão perto, reencontrar os amigos da escola, saber como foi tal festa que você não pode ir, mostrar aos outros como é o seu trabalho e etc. Não podemos atirá-la ao fogo, mas também não podemos nos deixar escravizar. Certa vez li no faacebook de alguém (olha aí a rede social de novo!) a seguinte frase; "Aos que reclamam da minha ausência aqui, tenho apenas uma coisa a dizer: A vida é muito mais bonita la fora!" Então, pensemos nisso. Fica a dica!

Escritora, fotógrafa e naturalista.

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