O curioso fenômeno dos Sprites






É um pássaro? É um avião? É um OVNI? As estranhas luzes no céu estão sendo vigiadas de perto pelos cientistas atmosféricos.

Chamadas de sprites pelos pesquisadores, essas fadas dançarinas das nuvens são às vezes vislumbradas como clarões vermelhos de luz com a forma de águas-vivas.
Outras vezes, elas se parecem com clarões azuis em forma de corneta (e são chamadas de jatos azuis). No entanto, tal como as ninfas mais elusivas, os sprites vermelhos e os jatos azuis só aparecem em uma ocasião: durante fortes trovoadas.
Muito embora tenham esporadicamente relatados por muitos anos por pilotos de aeronaves, somente na última década se coletou indícios suficientes para convencer os cientistas atmosféricos a investigar o fenômeno.


O que é isso no céu?

Agora os pesquisadores atônitos que se perguntavam “Que diabos é isso?”, podem ter encontrado respostas.
Acima das nuvens negras de uma trovoada, aparecem os sprites, na forma de clarões de luz vermelha lançados muito para cima, na atmosfera da Terra, explica o cientista Hans Nielsen da Universidade do Alaska em Fairbanks.
Os breves clarões se parecem com brilhantes águas-vivas, com “umbrelas” vermelhas e tentáculos arroxeados. Em uma única noite, uma trovoada de bom tamanho pode emitir até cem sprites.


Na imensidão azul – ou vermelha – acima 

Nielsen, Jason Ahrns, também da Universidade do Alaska em Fairbanks, Matthew McHarg da Academia da Força Aérea dos EUA e pesquisadores do Fort Lewis College formaram uma equipe neste verão [NT: verão lá no Hemisfério Norte] para estudar os sprites.

Eles empregaram a aeronave Gulfstream-V da Fundação Nacional de Ciências (NSF)/Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), uma aeronave que é capaz de voar a grandes altitudes, alcançando os 50.000 pés (pouco mais de 15 km), para realizar sua pesquisa. Seu projeto é financiado pela NSF.
Os sprites são semelhantes aos relâmpagos, dizem Nielsen e McHarg, em tanto quanto são ambos resultantes de descargas de eletricidade que partem da atmosfera.
Embora os sprites imitem os relâmpagos “de algumas maneiras”, explica McHarg, “eles são diferentes em outras. Os relâmpagos acontecem abaixo e dentro das nuvens, em altitudes entre 3,5 a 8 km. Os sprites ocorrem muito acima das nuvens, a cerca de 80 km de altitude – 10 vezes mais alto do que os relâmpagos.
Eles são enormes, prossegue McHarg, atingindo 50 km acima de seu ponto de origem.
“Os sprites vermelhos não duram por muito tempo, entretanto; cerca de um milésimo de segundo. Isso é 300 vezes mais rápido do que um piscar de olhos!”


Como ver um sprite?


Áreas de maior ocorrência de Sprites

Podem as pessoas que observam trovoadas em terra, vislumbrar os sprites vermelhos e os jatos azuis a olho nú? Sim, se eles souberem para onde olhar.
Os observadores têm que estarem em condições de visualizar uma trovoada distante, sem nuvens no meio, em uma área sem as luzes de uma cidade. E aí eles precisam olhar para cima da tempestade, não para os relâmpagos dentro das nuvens.
É provável, segundo os cientistas, que, se os observadores esperarem o suficiente, eles vejam um sprite. Os jatos azuis são mais difíceis de flagrar. O melhor ponto de observação provavelmente seria de dentro de uma aeronave que sobrevoasse a trovoada a quilômetros de distância.
Com seus pneus de borracha, um carro pode ser o veículo mais seguro de onde se pode caçar os efêmeros sprites das nuvens de trovoadas.




Escritora, fotógrafa e naturalista.

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