Rangda, a deusa balinesa da magia negra




Com seus esbugalhados olhos vermelhos, sua pavorosa e suja cabeleira branca, afiados dentes de javali e calças listradas em vermelho e branco, Rangda é o mal em pessoa, a verdadeira e angustiante personificação da deusa do submundo. Seu nome deriva do balinês antigo e significa viúva, sendo por isso, muitas vezes representada como uma mulher de idade avançada. Pratica o canibalismo, sendo os recém nascidos seu alimento favorito, e sempre carrega consigo uma guirlanda de crânios, tal qual a deusa Kali dos indianos. (sendo muitas vezes relacionada a ela)


Segundo a lenda, Rangda é a rainha da magia negra e juntamente com seu exército de bruxas lutam contra Barong e os deuses do bem. Segundo esta mesma lenda a deusa seria uma antiga rainha que foi expulsa de Bali pelo próprio rei por praticar magia negra. Em retaliação, Rangda teria tentado destruir o reino, chegando a matar metade da população com uma misteriosa peste. Todavia, o rei, com a ajuda dos deuses, acabou detendo-a superando seus poderes.
 A deusa do submundo e da magia negra é uma personalidade bastante interessante, pois embora seja essencialmente uma personificação do mal, ela desempenha também o papel de protetora, sendo reverenciada em algumas partes de Bali e até mesmo da Índia. Além disso, se tornou amplamente conhecida após a difusão da dança Barong, uma dança típica balinesa, onde pessoas fantasiadas de deuses, dançam interpretando os mitos Balineses, principalmente a guerra entre Rangda e Barong.



Mas se engana quem pensa que a figura de Rangda se limita a um mito antigo revivido através de danças. Os balineses acreditam que a serviço dela estão os Leyaks, pessoas que praticam a magia negra. Para eles os leyaks permanecem durante o dia sob a forma humana comum, enquanto a noite suas cabeças e vísceras se separam do corpo e vagam livres a procura de cadáveres em decomposição que servirão de alimento e mulheres grávidas, das quais eles sugarão o sangue dos bebês.
 Se um balinês se encontra doente e vai até um curandeiro, ele executa um ritual para consultar os espíritos e verificar que se trata-se ou não de feitiçaria. Durante este ritual é comum os espíritos anunciarem o nome de quem lançou o feitiço na vítima, todavia a retaliação é duramente criticada e desaconselhada pelos guias espirituais.


Fonte: http://www.bukisa.com e www.indo.com

Escritora, fotógrafa e naturalista.

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