A idiotização da música popular





De vez em quando, me pego pensando na crescente idiotização da música brasileira. Se é que assim posso chamar esse grande lote de composições com notável baixa qualidade. Mas, como carrego o nome sapiens na espécie da qual faço parte, não posso deixar de tecer considerações a cerca de tudo que vejo e percebo. E essa tendência não me passa despercebida.
Não que cada época não tenha produzido suas porcarias, mas parece que atualmente perdeu-se a vergonha de produzir e cultuar o lixo musical.  A maioria das músicas que vão para o topo das paradas são produções com refrões onomatopeicos e repetitivos, que perdem até para as composições mais infantis da primeira infância, quando a criança aprende a articular sons.
É um tal de "eu quero tchu, eu quero tcha!", "para fazer parapapá", "Ah lelek lek lek lek lek",  que tira o sossego mental de qualquer um. E como se não fosse ruim o suficiente, essas músicas vem acompanhadas de melodias criadas com o inegável intuito de lhe deixar com eternos e persistentes earworms.
Não posso dizer que isso ocorre de um modo geral, mas que acontece em níveis alarmantes isso acontece, me deixando extremamente perplexa em ver a grande quantidade de adultos da espécie homo sapiens que se comportam como se tivesse algum tipo de distúrbio cognitivo.
 A música parece estar deixando de ser uma massagem mental, algo que dá prazer em ouvir e sair por aí cantarolando, num exímio orgulho de mostrar aos outros que conhecemos bem a letra dessa e daquela música, e se tornando algo idiotizado que mais se parece um incômodo cacoete. E o que é pior de tudo; um cacoete contagioso.
#Oremos!

Escritora, fotógrafa e naturalista.

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