Você conhece os efeitos da viagem espacial?


Muitas pessoas sonham em viajar pela órbita da Terra, ir a Lua, ou até mesmo mais além. No entanto, aqueles que experimentam a realidade do vôo espacial enfrentam um sucessão de potenciais problemas de saúde.



“O espaço é doença e perigo, envolto em silêncio e escuridão."

A frase acima é do famoso Dr. McCoy, da série Star Trek. E ela define muito bem o que o espaço pode, em alguns casos, significar para nós. O Dr Kevin Fong, da University College de Londres, afirma que não evoluímos para viver no espaço e portanto é errado considerar que vôos de longa duração em na órbita da Terra é uma expedição como qualquer outra. 
Mesmo assim, digamos que você teve sorte de conseguir uma viagem em um voo espacial; o que você espera que irá acontecer com o seu corpo a partir do momento em que você reclinar-se na cadeira, a espera dos segundos finais da contagem regressiva para o lançamento, até os últimos momentos da viagem que poderá durar dias, semanas ou meses?
Abaixo, veremos uma breve linha do tempo com os principais efeitos desse tipo de viagem. Uma linha do tempo construída por cientistas, engenheiros e astronautas; ou seja, pessoas que conhecem muito bem o assunto. 

1- Primeiros segundos: Possível perda de consciência.
Nos momentos iniciais da viagem, quando a espaçonave é lançada para o céu, a aceleração faz com que o seu corpo pese quatro vezes mais que o normal, o sangue é empurrado para os pés e o cérebro sofre com a baixa pressão sanguínea, podendo levar a uma rápida perda de consciência. 

2- Primeiras horas: Náuseas
Nos primeiros dez minutos de viagem, a queixa mais comum é com relação a náuseas e vômitos. Isso se deve ao efeito da ausência de gravidade sobre o ouvido interno, afetando o equilíbrio, a coordenação motora e a orientação espacial. Agora tente imaginar como seria vomitar em um ambiente fechado e sem gravidade, onde qualquer liquido tem licença para flutuar pelo ar. Definitivamente, não é uma coisa legal.

3- Primeiros dias: Cara gorda
Uma das dificuldades mais relatadas pelos astronautas em órbita é com relação a congestão nasal e ao inchaço no rosto. Isso acontece por que o nosso organismo corpo trabalha para empurrar os fluidos para a parte superior do corpo, aqui na Terra essa tendência é equilibrada pela gravidade, que puxa o sangue e os demais líquidos para a parte inferior. No espaço a gravidade não existe, mas o nosso organismo não entende e continua mandando os fluidos para cima. O resultado? Rosto inchado, igualzinho aos nossos tornozelos quando fazemos uma uma longa viagem de avião.

4- Primeiras semanas: Perda de massa óssea e muscular. 
Sem a gravidade para forçar seus músculos e ossos a sustentarem o peso do seu corpo eles começam a ficar cada vez mais fracos. É mais ou menos como o que acontece com aqueles que, por alguma razão, perdem os movimentos das pernas, elas começam a ficar cada vez mais magras e flácidas devido a falta de uso. 

5- Primeiros meses: Privação do sono.
Os problemas com o ciclo de sono são bastante prevalentes. Sem os intervalos de noites (escuridão) e dias (luz), o ritimo circadianos fica confuso. Esta é uma questão em particular em órbita, onde, com um novo amanhecer a cada 90 minutos, os astronautas lutam para se adaptar, muitas vezes, às vezes noite artificiais.

6- Primeiros anos: Depressão e outras doenças.
Nosso viajante sortudo pode ter sobrevivido ao lançamento, aos primeiros dias de cara gorda, se exercitou bastante e quase não é possível determinar a perda de massa óssea ou muscular, ou seja, está fisicamente bem. Mas depois de algum tempo distante de casa, num ambiente hostil e e totalmente adverso do nosso habitat natural, será que o psicológico vai bem?
Em junho de 2010, o Instituto de Problemas Biomédicos da Agência Espacial Europeia e da Rússia enviou seis homens em uma missão de 520 dias a Marte para examinar as tensões do voo espacial de longa duração e os desafios do isolamento. A viagem correu bem, eles estavam emocionados com a aventura e tinham muitas coisas para fazer. No entanto, o retorno a Terra foi o mais difícil, a rotina tornou-se monótona, a tripulação rebelde e os dias passaram a se arrastar. O resultado? Uma vasta gama de problemas emocionais.

Foram necessários milhares de milhões de anos de evolução para nos adaptarmos à vida na Terra, um ambiente estável e protegido dos piores efeitos do espaço. Agora, olhamos para o espaço e ansiamos por ele. E podemos ir, é verdade, mas o resultado final é: que o espaço pode danificar seriamente a sua saúde.
A Nasa está planejando, para o próximo ano, uma missão de um ano para estudar os efeitos de longa duração de vôo espacial com mais detalhes. Entretanto quem pretende deixar a relativa segurança de órbita para explorar novos mundos o fariam mais conscientes se escutassem os conselhos do velho McCoy

Escritora, fotógrafa e naturalista.

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São 12 os americanos do norte na lua até os dias atuais. Os que não são explicitamente religiosos, são silenciosos.

Balas

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