Considerada um dos principais transtornos de personalidade, a psicopatia é um tema amplamente abordado nos mais variados meios de comunicação. Muitos já ouviram falar de psicopatas famosos como o bandido da luz vermelha, Ted Bundy e o maníaco do parque, mas pouco se sabe sobre a psicopatia no universo feminino.
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Condessa Elisabeth Bathory |
A psicopatia é um estado mental patológico caracterizado por desvios, principalmente, de caráter, que desencadeiam comportamentos antissociais. É importante ressaltar que os transtornos de personalidade não são propriamente doenças, mas anormalidades do desenvolvimento psicológico que perturbam a integração psíquica de forma persistente e ocasionam no indivíduo padrões profundamente entranhados, inflexíveis e mal-ajustados, tanto em relação a seus relacionamentos, quanto à percepção do ambiente e de si mesmos.
As características que definem detalhadamente o perfil psicopata foram descritas por Cleckley (1988) em sua obra clássica The mask of sanity. Dentre estas, estão: charme superficial, boa inteligência, ausência de delírios e de outros sinais de pensamento irracional, ausência de nervosismo e de manifestações psiconeuróticas, falta de confiabilidade, deslealdade ou falta de sinceridade, falta de remorso ou pudor e tentativas de suicídio. Comportamento antissocial inadequadamente motivado, capacidades de insight, julgamento fraco, incapacidade de aprender com a experiência, egocentrismo patológico, incapacidade de sentir amor ou afeição, vida sexual impessoal ou pobremente integrada e incapacidade de seguir algum plano de vida também fazem parte dessas características. E ainda: escassez de relações afetivas importantes, comportamento inconveniente ou extravagante após a ingestão de bebidas alcoólicas, ou mesmo sem o uso destas, e insensibilidade geral a relacionamentos.
A psicopatia feminina.
Em relação ao gênero, a psicopatia apresenta algumas peculiaridades, pois existem diferenças na prevalência, incidência, curso, comportamentos e idade de manifestação entre os sexos. Os primeiros sintomas costumam aparecer, no sexo feminino, durante o período da pré-puberdade e, no sexo masculino, antes desta fase. A prevalência e a incidência de mulheres psicopatas são menores que a dos homens, chegando a menos da metade de mulheres com este diagnóstico. Existem, porém, poucos estudos relacionando o sexo feminino a este transtorno. Acredita-se até que, muitas vezes, a psicopatia possa estar sendo não diagnosticada no sexo feminino.
Segundo estudo realizados, a diferença em relação ao gênero aparece na forma e na severidade da violência cometida por homens e mulheres. Com as mulheres há uma menor incidência de crimes violentos, o que pode estar ligado ao fato de que os homens apresentam maior insensibilidade emocional que mulheres. Quando estas últimas chegam a cometer atos violentos, estão quase sempre associados ao abuso de drogas.
As mulheres psicopatas, apresentam comportamentos típicos. Na adolescência, começa a intensificação de comportamentos antissociais, adição de várias substâncias como álcool e outras drogas, podendo até mesmo ocorrer comportamentos sexuais promíscuos e perversos. Quando adultas, são mulheres que não gostam de ser contrariadas, são bastante persuasivas, sedutoras e carismáticas, têm contato volúvel com a realidade e dificilmente possuem relacionamentos emocionais intensos.
A impulsividade não costuma ser um traço comum nas mulheres com este transtorno, como nos homens, mas existem algumas características comuns aos dois, como a insensibilidade, a violência, as emoções superficiais e a ausência de culpa (DEL-BEN, 2005). Alguns consideram que as mulheres psicopatas tendem a ser mais paranóicas e histéricas e, em geral, estão entre aquelas que assumem papéis importantes nos cuidados com os outros, como no caso de enfermeiras e parteiras, pois, em princípio, gostam de cuidar das pessoas à sua volta. Nestas profissões surgiram as grandes psicopatas femininas, que se acabaram se tornando serial killers.
A presente matéria é um fragmento adaptado de um artigo publicado pela revista Pepsic.
Confira o artigo na íntegra aqui.
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