Caronte, do inferno ao céu.

 La barca de Caronte- Por Jose Benlliure Gil



Caronte, na mitologia grego-romana, é o barqueiro do submundo, responsável por transportar para o mundo dos mortos, as almas daqueles que haviam acabado de morrer. O trajeto era feito através dos rios Estige e Aqueronte, que serviam como divisa entre o mundo dos vivos  e o dos mortos. 
A moeda era um  pequeno suborno para agradá-lo a fim de que não se negasse a fazer a importante travessia. Ela deveria estar junto ao morto e caso não estivesse, ele vagaria por cem anos sem que fosse transportado ao seu devido lugar.
Antigamente, Caronte era retratado como um homem velho com feições graves e sisudas, como podemos ver na pintura de Alexander Litovchenko  e na ilustração de Gustave Doré (Feita para ilustrar A Divina Comédia)
Caronte, por Alexander Dmitrievich Litovchenko
Caronte, por Doré
Mas com o tempo e os avanços tecnológicos no ramo das imagens, Caronte passou a ser retratado das mais variadas formas.
Mas como Caronte foi parar no céu?

Satélites de Plutão
Após a introdução da mitologia grega na cultura romana, alguns dos personagens que na primeira eram conhecidos por um nome ganharam outras denominações após sofrerem a influência romana. Assim, alguns personagens como Hermes, Zeus e Hades, por exemplo, passaram a ser conhecidos como Mercúrio, Júpiter e Plutão. Como o passar dos anos, os astros, seus satélites e as constelações começaram a ser batizados com os nomes dos deuses da mitologia greco-romana (principal influência do pensamento ocidental), tendo como critério algumas correspondências, como por exemplo o planeta Mercúrio que ganhou este nome devido a sua rápida translação, se assemelhando muito ao veloz mensageiro dos deuses. 
 Assim, não fica difícil entender por que Plutão, ùltimo planeta (rebaixado a classe de plutóide em 2006), frio, distante e isolado na divisa entre o sistema solar e o espaço aberto, ganhou o nome do deus grego do submundo (Inferno), tendo como companhia quatro satélites, dentre eles Cérberus (Cão de três cabeças que protegia os portões do submundo) e Caronte, o barqueiro.




Escritora, fotógrafa e naturalista.

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